Mapeando São Joaquim de Bicas
- aueufmg
- 14 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
O Grupo de Estudos em Agricultura Urbana UFMG – AUÊ! vem desde 2013 realizando o mapeamento e caracterização das agriculturas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Dando sequência a esse processo, no primeiro semestre de 2018 o grupo foi a campo, no município de São Joaquim de Bicas, com o intuito de conhecer experiências agrícolas e compreender os desafios e possibilidades atuais para a transição agroecológica na RMBH. As atividades fizeram parte do projeto financiado pela Fapemig: “Direito à Cidade e Comida de Verdade: Agroecologia como parte de uma estratégia territorial para conectar espaços rurais e urbanos na construção da Trama Verde e Azul na RMBH” (AUC-00057/2016) e tiveram apoio da equipe técnica da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais).
As atividade de campo no município iniciaram em abril de 2018 e basearam-se na realização de duas rodas de conversa com agricultoras/es locais, e visitas a sete experiências produtivas, como pode ser observado na Tabela 01.DataAtividadeParticipantesAbrilRoda de Conversa para discutir desafios e possibilidade na agricultura localMulheres:07 / Homens:10
Total: 17Maio e JunhoVisitas a 07 experiências produtivas Mulheres:03 / Homens:05
Total: 08Junho Roda de Conversa para compartilhar resultados e avaliar processoMulheres: 07 / Homens: 06
Total: 13Tabela 01 – Atividades realizadas em São Joaquim de Bicas. Fonte: AUÊ!2018.
A primeira roda de conversa teve como intuito discutir os desafios enfrentados pelas/os agricultoras/es e compreender como elas/es percebem a agroecologia, além disso, foi um momento importante para aproximação com os presentes, e para apresentação do projeto em andamento. Durante o encontro, duas perguntas foram lançadas: “Quais os desafios que as agricultoras e os agricultores enfrentam atualmente no município?” e “O que é Agroecologia para você?”, as questões fomentaram muitas reflexões conjuntas e para registrá-las a equipe do AUÊ! usou da técnica da facilitação gráfica (Imagem 01).

Imagem 01 – Relatoria Gráfica do encontro em São Joaquim de Bicas. Fonte: AUÊ!2018
Dando sequência ao projeto, nos meses de maio e junho, foram realizadas visitas técnicas a sete experiências, sendo 06 unidades produtivas provindas da agricultura familiar e 01 Centro de referência ambiental. A atividade teve o objetivo de aprofundar a compreensão sobre a realidade das/os agricultoras/es, e permitiu, ao fim, que o grupo entendesse mais da dinâmica da agricultura familiar do município, e da produção da RMBH (Imagem 02).

Imagem 02 – Visita de Campo ao Sítio Açoita Cavalo. Fonte: AUÊ!2018
Para finalizar as atividades do projeto em São Joaquim de Bicas, em junho foi realizado uma última roda de conversa, onde esteve presente a grande maioria das/os agricultoras/es visitadas/os. Durante o evento foram compartilhadas as informações coletadas, feitas algumas perguntas afim de sanar dúvidas, e também foi realizada uma avaliação das atividades. O retorno dado pelas/os agricultoras/es foi positivo, e a técnica da EMATER considerou como sendo mais um passo para a promoção da agroecologia no município.
Ao final do projeto, foi possível identificar que os temas que mais afetam as/os agricultoras/es presentes são: acesso à água, acesso a serviços públicos, mercado, participação e unidade entre as/os agricultoras/es. Para além, observou-se que apesar das/os agricultoras/es identificarem a agroecologia como sendo mais benéfica para a saúde humana e ambiental, a maioria não acredita ser possível alimentar a população de todo país sem o uso dos agrotóxicos. Durante a conversa algumas/alguns agricultoras/es contra argumentaram dizendo da necessidade de testar as tecnologias, e dar o pontapé inicial, pois “ninguém nasce andando” e para ilustrar uma/um das/os presentes compartilhou sua experiência de transição agroecológica.

Imagem 03 – Agricultoras/es no encontro final. Fonte: AUÊ!2018
Compreende-se assim, que projeto representou mais uma etapa para aprofundar o conhecimento do grupo sobre a realidade da RMBH e espera-se que isso possa colaborar para o aprimoramento de ações de incentivo e promoção de sistemas alimentares saudáveis.
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